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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Rabiscos

apenas pinceladas
num lençol verde
a tinta era verde nem deu para
ver
sentados num banco azul
manchei minha saia azul
nem deu para ver a mancha ...

meu sonho era atormentado
meu pesadelo atordoado
minha cabeça sempre girava
pela manhã
nem deu para notar que era
mais uma daquelas noites
atribuladas

minhas lágrimas caiam sempre
nem culpei o companheiro pela
noite chorada
meus olhos molhavam sempre
as fronhas ...
nem senti o lado da cama vago
a muito adormecia sozinha...
nem culpei a madrugada pelos
versos tristes ...
sempre foram meio sem sentido
reto
culpei o desapego
nunca soube apegar-se direito
culpei o ciúme por nunca se manifestar
culpei a falta de ilusão queria tanto
uma paixão sem razão
caminhada oca vazia ...
novamente queria enlouquecer a poesia
nada ocorre ...
seguir morna é a razão para não escrever
direito
sempre versos rasos sem razão
vou sair
para ver o amor passear na calçada
quem sabe ele me arrebata
ao menos uma vez

(sulla fagundes)

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