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quarta-feira, 13 de julho de 2011

DIVERSAS POESIAS DE SULLA FAGUNDES

avessos



um dia no avesso
na desordem ...
me vi ... assim ...
as avessas ...

me compreendi direito
vi no avesso meus erros
assisti cada passo meus
acertos

divinamente naquele dia
do avesso, refleti ...
alguém compartilhava direito
comigo...

enxerguei alguns "amigos",
no meu avesso, os vi bem,
e de muito perto ...
não eram amigos ... eram
meio que ... sanguessugas ...

amei
aquele grande dia ... num susto
triplicado ... cai na plena realidade
cai direito de mau jeito ...
me vi sou mais ... hoje...

consciente ...
firmo como marco ...
o dia do meu avesso ...
que me vi direito ...
e não faz muito tempo ...

(sulla fagundes)





Não sossego

num desassossego
meu chamego
some de repente

me dá uma agonia
ele não tem jeito
rezei novenas...
cheio de fome me chama

minha criança me desafia
um dia o abandono ...
enquanto isso sigo perdoando
quando ele chega me cheirando

meio maluco, cheio de desejos
... quer aquela vadiagem...
então ele é meu ainda ...
penso ... me desorienta ...
me toma enfeitiçado...

seria a reza ou a madrugada
que o cansou ... meu danado
entre dengos... me judia, nuns fetiches
que aceito ...
por todos os santos juro ... um dia
não me acha ...
num desespero ... espero na janela..
salta meu coração quando a esquina
o traz ...
folião danado... falta lhe brios ...
mas o quero desse jeito ... vadio ...
(sulla fagundes)





Mudo

Ao lado da cama
um pequeno móvel, imóvel ...
Chamado criado

Carrega quatro gavetas,
pelo menos o meu móvel ... criado
Alguns objetos ... nelas ... coisa
antiga mais antiga que eu...
Velhas fotos quinquilharias...

Bobagens de um tolo sonhador ...
Ocupado o velho criado, mudo, ali parado
meio anestesiado ...
Não sei se me lembro onde o comprei
ele me parece nem lembrar de onde veio ...
Não nos falamos ... ele mudo eu sem querer
me expressar..

Mas mudo
O sonhador
o olha... companheiro de residências
residindo sempre, em má e boa companhia
Surdo ...
cheira um velho lenço, guardado, em uma
se suas gavetas, muda como ele...
Amarelado o tal lenço ... cheirando a passado
toca às lembranças cegas...

Num tatear costumeiro ...
Deitado ao lado do mudo... criado
criando teias ...
Criado parado sujo de poeira ...
ainda suporta um copo d'água e versos vagos

(sulla fagundes)

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