Dança
Espanhola a mirar-me
Queima-me a retina...
Devora me enamora
Me queima nessa pisada
Nesse flamenco de guitarras
Não me obedeça o ciúme
Dança
Rodopia minha mente
Consome nessa torrente
Não me importa vir as noites
para que pises com teu salto
nesse coração enamorado
Espanhola minha és de todos
Joga-me a rosa perfumada
Dança nesse passo tolerado
Em brasa emudeço
Sou poeta apaixonado
Desse bailado me enamoro
Nessas anáguas sonho
Componho canções poesias
Para que dance sempre
Espanhola
(sulla fagundes)
Poderia
Amanhecido ontem
Acordado amanhã
Cantado a canção
Feito aquele projeto
Poderia nascer a lua
Poderia ser demência
Seria o cantar da sereia?
O costume da aldeia
Seria o final da pista
Permanência, locação
Vontade de morrer
Acordar na dança
Amanhecer antes
Costurar de passado
alteração do consciente
Fagulhas na visão doente
Gargalhada do destino
Deboche dos sentidos
Canção de mau gosto
Desdenhar do alheio
Querer ser apenas ridículo
Não ver o óbvio ao cair da tarde
Deixar-se levar por acalantos
Seria a inquisição de ontem
Numa corrente ...
de bons assombrados
(sulla fagundes)
Pintor
tela borrada
mãos cheirosas
pinta flores de quintais
pinta musas que inventa
chora a morte com pinceis
entre ais dementes
nunca arrisca-se a tempestades
pinta
receado de lembranças
solitário ancorado como barco
segue apavorado
entre velas e pinceis velhos
retrata a melodia de seus dias
fiéis
conta lenda que morreu antes
que parasse seu coração
segue demente assustado
incoerente como a tela que passa
pinceis
entre imbecilidades, envelhece
nalfragado coração preso frio
dizem as más línguas ...
jamais amou nem as flores
as quais inventa
não cumpre destinos
não tem rumo, perdido
segue entre pinceis e tintas
pintando tais flores mortas
num vaso caído
(sulla fagundes)
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