quando o sol se por
o mundo perder a cor
a colheita minguar
a tortura se alojar
a mare vazar
não souber nem rezar
a rogar por um ombro
um dia desses
não souber versar
a poesia fugir
teu sentir confuso
se instalar
teu segredo vazar
o obtuso fazer par
quando sequer souber chorar
nem o lenço achar
o caminho de volta se confundir
fundindo-se numa total perturbação
e nem souber sonhar
já será a hora mais atrasada
de colher ainda teus frutos apodrecidos
coloca-los a mesa
reconhecendo-se inteiramente neles
sem perguntas
traga-los
(sulla fagundes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário