Pintor
tela borrada
mãos cheirosas
pinta flores de quintais
pinta musas que inventa
chora a morte com pinceis
entre ais dementes
nunca arrisca-se a tempestades
pinta
recheado de lembranças
solitário ancorado como barco
segue apavorado
entre velas e pinceis velhos
retrata a melodia de seus dias
fiéis
conta lenda que morreu antes
que parasse seu coração
segue demente assustado
incoerente como a tela que passa
pinceis
entre imbecilidades, envelhece
nalfragado coração preso frio
dizem as más línguas ...
jamais amou nem as flores
as quais inventa
não cumpre destinos
não tem rumo, perdido
segue entre pinceis e tintas
pintando tais flores mortas
num vaso caído
(sulla fagundes)
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