Queria menos goles de pecado
Em taças, taças de vinho quente
Queria ser menos demente
Quisera levantar menos babados
Sentir o desejo, ir embora... alado
Quisera morrer sentado
Ser poeta é assim trocado, magoado
Meio na boca da lua, desorientado
Ser transparente, passar despercebido
Quisera mais uma mania, que me fizesse
amante
Que me consumisse em suor constante
Quisera passar menos tempo, em camas
vadias
Mais que não pudesse contar, sem medidas
Quisera se mais bem dotado
Ou que a calmaria me amasse
Me tornasse poeta de uma só musa
Mas nasci a tantos encarnações
Que não tenho alma me fiz desgarrado
Vim desalmado, meio desgraçado
Cafajeste desatinado, desafinado
Acho que já fui traído
Tenho coração distraído subtraído
Meio peito oco, e cama farta sem descanso
O que me consome é ser ingrato
E, de fino trato, guardo no bolso, guardanapos
A secar as magoas dos corações que parto
Vivendo num empasse entre a culpa e o
desejo saciado, quando me abrem a porta
e as pernas
Para que eu descanse meu fardo pesado,
Que trago nas costas e dentro das calças
sulla fagundes
Nenhum comentário:
Postar um comentário