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sábado, 7 de abril de 2012

POETA TRISTE

Queria menos goles de pecado
Em taças, taças de vinho quente
Queria ser menos  demente
Quisera levantar  menos babados

Sentir o desejo, ir embora... alado
Quisera morrer sentado
Ser poeta é assim trocado, magoado
Meio na boca da lua, desorientado
Ser transparente, passar despercebido

Quisera mais uma mania, que me fizesse
amante
Que me consumisse em suor constante
Quisera passar  menos tempo, em camas
vadias
Mais que não pudesse contar, sem medidas

Quisera se mais bem dotado
Ou que a calmaria me amasse
Me tornasse  poeta de uma só musa
Mas nasci a tantos encarnações
Que não tenho alma me fiz desgarrado

Vim desalmado, meio desgraçado
Cafajeste desatinado, desafinado
Acho que já fui traído
Tenho coração distraído subtraído
Meio peito oco, e cama farta sem descanso

O que me consome é ser ingrato
E, de fino trato, guardo no bolso, guardanapos
A secar as magoas dos corações que parto
Vivendo num empasse  entre a culpa e o
desejo saciado, quando me abrem a porta
e as pernas
Para que eu descanse meu fardo pesado,
Que trago nas costas e dentro das calças

sulla fagundes

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