Eu ... eu devo .. eu
devo ter sido amarrada
contigo no tronco no dorso
no tremor dos medos de modo
que eu .... eu ....
atada estou nesse sonho trançado
Eu...
como toda amante que presa dou
ao meu senhor o prazer saciado ...
me enxugo com sua suada cueca
eu... eu... esqueço nessa hora linda
o perfume do quarto
meu moço me domina me toma
eu ... ai .. eu ..
nessa escravidão da moeda corrente
reverso de mim ... anestesiada .... ainda
faço lhe o gosto um último choro ....
sem expressão despeço-me morta
... de mim .... eu mulher de hora em hora
a lavar-me na pia do lavabo imundo
ainda mais limpo que eu
eu... devo ... tanto a mim ...
a vida me deve, ter sido madrasta da
filha maldita da rua ,da lama e alamedas
eu filha dessa vida,ainda com riso cínico
passo ,com deboche, no cemitério dos meus
mais limpos sonhos ...
(sulla fagundes)
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